Decidi criar esse espaço para ajudar noivas e fotógrafos amigos, com dicas sobre a fotografia de casamento.
Para os noivos, irei falar sobre locais para ensaios, dicas de maquiagem, do que vestir, como se comportar durante os ensaios, como decidir onde vão fazer as fotos, entre vários outros assuntos que sempre causam dúvidas nos casais.
Já para os fotógrafos, a ideia é compartilhar um conteúdo de qualidade e de fácil compreensão, com dicas técnicas, para conseguir registrar o momento da melhor forma possível. Apesar do meu foco ser casamento, não irei falar apenas de fotos desse tipo. Também vou tratar de fotografia de gastronomia, fotografia noturna, editorial, ensaios de moda e eventos em geral. Vale lembra que utilizo Nikon desde o inicio da minha carreira, portanto, esse é o equipamento que eu domino. Tentarei ser o mais genérico possível, pois as técnicas são universais e podem ser aplicadas a qualquer equipamento. Caso precise apresentar alguma funcionalidade específica de equipamento, tentarei mostrar tanto para Canon quanto para Nikon.
Espero que gostem. Não deixem de postar seus comentários, pois com eles vou melhorando e direcionando os assuntos que irei abordar.
Muitos fotógrafos têm dificuldade no uso do Flash. Seja dentro de estúdio, seja em um local escuro onde se adiciona o flash para conseguir uma boa exposição, seja mesclando o flash com a luz ambiente. Esse artigo visa ajudar os fotógrafos no último caso, o uso do flash junto da luz natural, e irá abordar os seguintes tópicos:
• Princípios do flash • Quando e porque usar o flash com a luz natural • Passos para adicionar o flash • Posição do flash em relação ao assunto • Problemas ao utilizar o flash com luz natural
Princípios do Flash No meu outro artigo, Como funciona o Flash?, explico com detalhes o funcionamento de flashes do tipo speedlight ou de estúdio. Se ainda não leu, vale a pena conferir para entender melhor o comportamento do flash. No entanto, gostaria de ressaltar um princípio básico no uso do flash que é de suma importância para utilizá-lo com luz natural. Quando fazemos uma foto apenas com a luz natural, vamos controlar a exposição da fotografia (a quantidade de luz que a máquina irá registrar para fazer a foto) através do triângulo já bem conhecido: abertura da lente, velocidade do obturador e ISO. Ao controlar esses três parâmetros na máquina, controlamos se a foto será registrada com mais ou menos luz. Ao se adicionar um flash para realizar a fotografia, passamos e ter duas exposições! Isso mesmo, passamos a controlar duas exposições independentes: a exposição da luz ambiente e a exposição do flash. Esse princípio está explicado no artigo Como funciona o Flash?, já mencionado anteriormente, e é de suma importância entende-lo, pois assim conseguirá entender o princípio do strobist (utilização de flash com luz ambiente).
Quando e porque utilizar o flash com a luz ambiente Conforme explicado no artigo Como funciona o Flash?, em geral, se estamos adicionando uma nova fonte de luz na nossa foto, é porque provavelmente estamos com pouca luz no local. No entanto, algumas vezes podemos querer apenas preencher algumas sombras causadas pela luz ambiente, ou melhorar a exposição, uma vez que temos um limite de captura da luz, definido pelo range dinâmico da máquina fotográfica.
Mas aí você me pergunta, o que é range dinâmico?
Bem, imagine uma cena de nascer do sol, como o exemplo abaixo.
Essa é uma cena de alto contraste, ou seja, você tem uma área da foto muito clara (o céu) e uma área escura (a grama e os prédios). Quando nós olhamos para essa cena a olho nu, conseguimos captar os detalhes tanto da área clara, quanto da área escura. No entanto, a máquina não consegue. Ela tem um limite de quantidade de luz que irá capturar. Quando vamos fazer a foto, temos que tomar uma decisão, se iremos manter os detalhes nas áreas mais claras, mas acabar deixando as áreas escuras mais escuras (foto acima), ou se queremos manter os detalhes das áreas escuras, mas perder informação das áreas claras (foto abaixo).
Para exemplificar um pouco melhor, veja as imagens abaixo. Imagine que o preto é a área escura da foto, e o branco a área clara da foto. As duas setas vermelhas são a capacidade da máquina em registrar a luz (range dinâmico), ou seja, a máquina conseguirá registrar tudo que estiver entre as setas. Se fizermos uma foto com uma exposição mediana, ou seja, capturando um pouco do escuro e um pouco do claro, teremos algo assim:
No entanto, podemos escolher que a máquina registre um pouco mais das áreas escuras. Para isso, temos que mexer na exposição para que ela consiga capturar um pouco mais de luz, registrando, assim, mais informação das sombras. Nesse caso, teríamos algo assim:
Agora, se quisermos que ela consiga registrar mais informações das áreas claras, teríamos algo assim:
Perceba que nós, como fotógrafos, temos que tomar uma decisão de qual informação iremos abrir mão, já que a máquina não é capaz de registrar todas as informações disponíveis. No entanto, quando adicionamos o flash, estamos tentando resolver parte desse problema. O que queremos é que a máquina consiga registrar os detalhes das áreas mais claras da nossa cena. Ao fazer isso, iremos deixar as áreas escuras mais escuras. No entanto, ao adicionar o flash, estamos colocando luz nas áreas escuras, fazendo com que os detalhes que seriam descartados pela máquina possam ser capturados. Vamos ver isso na prática.
Passos para adicionar o flash Entendido o princípio do strobist, vamos começar o processo de inclusão do flash no ambiente. Como falei anteriormente, temos duas exposições: da luz ambiente e da luz do flash. Se tentarmos, já de início, fazer a foto com o flash, será mais difícil controlar as duas exposições. Então, a dica é iniciar com a luz ambiente, e depois adicionar o flash. Vamos à um exemplo. As fotos abaixo foram feitas no Museu Nacional, em Brasília, no nascer do sol. Queria pegar as primeiras luzes do sol nascendo, mas como tinha um casal na cena, também precisava iluminá-los. O primeiro passo foi definir como eu queria que a luz ambiente agisse na minha foto. Fiz uma foto teste para determinar a exposição.
Uma vez determinada a exposição da luz ambiente, acrescentei o flash para determinar qual a potência deveria utilizar. Claro, também poderia utilizar um fotômetro para determinar essa potência, no entanto, não são todos os fotógrafos que possuem um ou mesmo saibam utilizá-lo de forma correta. Assim, sugiro fazerem o teste realizando fotos em diferentes potências e ajustando o flash até obter o resultado esperado.
Note, inclusive, que o casal não está posando para mim. Deixei claro que as fotos que eu estava fazendo eram de teste, para que eles não ficassem fazendo poses à toa. Após definir a exposição da luz ambiente e a potência do flash, fiz a foto final (claro, está editada para trazer as cores de volta).
O importante a se notar nessa sequência de fotos e, principalmente, na foto final, é que a quantidade de luz que coloquei no casal não é muito, ao ponto de a foto ficar artificial. Ela está se misturando com a luz ambiente. Quando fazemos esse tipo de foto (strobist), temos que tomar cuidado com dois pontos principais: o primeiro é não deixarmos a foto artificial, ou seja, vermos uma luz no casal que não combina com o ambiente. O outro ponto que temos que tomar cuidado é com a cor da luz. Se estamos fazendo uma foto onde a luz ambiente é alaranjada, não devemos colocar uma luz branca (do flash) no casal, porque ficará artificial (vou explorar um pouco mais sobre esse assunto mais abaixo).
Veja a seguir o esquema de luz, visto de cima, da foto final:
Vamos a outro exemplo, agora no mirante da cidade de Pirenópolis, em Goiás. A ideia era pegar o por do sol, com o sol na cena. Novamente, iniciei fazendo a exposição da luz ambiente. Veja que, para conseguir pegar o sol sem que o céu e as nuvens ficassem muito claros, perdendo informação, o casal ficou bem escuro, devido ao range dinâmico da máquina. Outro ponto importante a notar é que fiquei abaixo da velocidade de sincronismo da minha máquina (1/250), para não perder potência do flash, uma fez que a cena era muito clara e eu precisaria de muita potência para conseguir iluminar o casal. Nesse caso, utilizei 3 flashes ligados em conjunto, para conseguir a potência necessária (mais abaixo mostro como fiz para utilizar três flashes simultaneamente).
Uma vez definida a exposição da luz ambiente, adicioneis os flashes.
Novamente, note que a luz do flash não está muito mais forte que a luz do sol, que é minha luz principal. O flash foi adicionado apenas para não deixar o casal escuro, e ao mesmo tempo, conseguir capturar toda a luz ambiente que estava iluminado toda a cena. Então, após a edição final, obtive a seguinte foto.
Abaixo o esquema de luz utilizado nessa foto.
Posição do flash em relação ao assunto Nos dois exemplos acima, o flash está posicionado à frente, enquanto a luz ambiente mais forte (o sol) está ao fundo. Em geral, essas são as formas mais usadas de strobist. A luz ambiente em geral estará iluminando seu assunto por traz, fazendo uma luz de contorno na pessoa (ou luz de recorte, que é aquela luz que fica bem suave, ao redor da pessoa e que ajuda a criar uma separação dela e do fundo) e o flash na parte da frente, para preencher as sombras. No entanto, também é possível fazer o contrário. Você pode escolher colocar a luz do sol à frente e o flash atrás da pessoa, para criar apenas a luz de recorte. Outra forma de utilizar o flash com a luz ambiente, ainda com o sol à frente da pessoa é para remover sombras muito duras. Imagine o sol, por volta das 15h ou 16h horas. Nesse horário, ele ainda está com uma luz muito dura e, ao iluminar o rosto da pessoa, por exemplo, poderá causar sombras indesejadas embaixo dos olhos, do nariz e do queixo. Para remover essa sobra, é possível colocar um flash, também posicionado à frente da pessoa, com um difusor grande e uma carga de potência baixa, para que as sombras não fiquem tão pronunciadas.
Problemas ao se utilizar o flash com luz natural Ao se misturar o flash com a luz natural, iremos enfrentar alguns problemas. Uns mais simples de serem resolvidos, outros nem tanto.
1) Cor das luzes A luz do flash é branca. Quando adicionamos o flash em um ambiente onde já existe uma luz predominante, temos que tomar cuidado para que a sua luz não fique diferente da luz predominante. Veja um exemplo abaixo. Nesse caso não estava usando um flash, e sim um LED, mas o princípio é o mesmo. O quarto onde a noiva estava é iluminado por lâmpadas incandescentes, ou seja, bem alaranjado. O LED é branco. Ao iluminar a noiva com o LED, ela ficou branca, enquanto todo o resto do ambiente ficou laranja. Note o véu e o cabelo dela, atrás, como estão mais alaranjados, enquanto seu rosto e braços estão brancos.
Ao adicionar o LED, ficou nítido que a noiva não estava sendo iluminada apenas com a luz ambiente e que uma luz foi adicionada na cena. Ao meu ver, isso não deixa a foto natural e até um tanto quanto estranha.
Em seguida, utilizei uma “gelatina” para fazer a correção da cor do Flash. A que eu uso e gosto bastante é feita pela Rogue.
Gosto dela porque em cada “gelatina” vem especificado para qual temperatura de cor a luz será modificada e quanto de luz irá perder (em stops). Elas foram feitas para serem utilizadas com flash, mas dá para usar perfeitamente com LEDs pequenos.
Após colocar uma “gelatina” que modifica a luz para 3200K, obtive o seguinte resultado.
Veja que agora a cor da luz que está incidindo sobre a noiva está muito mais próxima da luz ambiente, não demonstrando que uma luz foi adicionada à cena.
Note que mesmo a foto sendo feita em RAW e o balanço de branco sendo corrigido na pós-produção, suas luzes ainda ficarão diferentes, porque você efetivamente possui duas fontes de luz de cores diferentes (branca do LED e alaranjada das lâmpadas). Isso ocorre não só com a lâmpadas, mas qualquer fonte de luz. Se estamos ao ar livre, a luz do sol do inicio da manhã e final da tarde não é branca. Se simplesmente colocarmos um flash na cena, também haverá diferença de cor.
2) Velocidade de sincronia Como já foi explanado, uma das dicas é primeiro realizar a fotometria da luz ambiente e depois incluir o flash. Mas pode acontecer que, ao medir a exposição da luz ambiente, cheguemos à uma velocidade de obturador acima de 1/250. Se isso acontecer, a depender do flash que está utilizando, haverá o problema da velocidade de sincronia da máquina com o flash (se quiser saber mais sobre esse assunto, leia o artigo Como funciona o Flash?). Para resolver esse problema, temos algumas opções.
a. Se o flash possui HSS (High Speed Sync), basta habilitar essa opção que você poderá ultrapassar a velocidade de sincronia. No entanto, o HSS diminui consideravelmente a potência do flash. Isso quer dizer que se você tiver uma luz ambiente muito clara (o sol, por exemplo) e precisa que seu flash seja forte o suficiente para aparecer na foto, mesmo com a luz do sol também aparecendo, pode ser que com o HSS o flash não tenha potência suficiente para que isso aconteça. Mesmo colocando o flash em potência máxima (1/1), ele ainda não será capaz de sobrepor a luz do sol. Nesse caso, pode-se tentar abaixar o ISO e fechar a lente, mas lembrando que ao alterar esses parâmetros, também estará alterando como a luz do flash irá se comportar na sua cena. b. Outra possibilidade é tentar chegar o flash mais próximo do seu assunto (modelo, por exemplo), fazendo com que sua potência efetiva aumente. No entanto, em alguns casos isso não é possível, pois você pode estar querendo pegar um ângulo mais aberto, o que faria o flash aparecer na foto. c. Como no item a. algumas vezes, mesmo com o flash abaixo da velocidade de sincronia, pode acontecer de um único flash não ter potência suficiente para iluminar a cena e sobrepor a luz ambiente. Nesse caso, pode-se chegar o flash mais próximo do assunto (modelo, por exemplo), mas que poderá causar o problema já descrito no item a., ou pode-se acrescentar mais flashes no setup. Se estiver usando speedlight, pode utilizar um objeto parecido com esse:
Com ele é possível utilizar até 3 flashes simultaneamente, todos dentro do mesmo modificador de luz (uma sombrinha, por exemplo), aumentando a sua potência final.
Conclusão Como expliquei, o princípio básico na prática do strobist é ter sempre em mente que você possui duas exposições: a exposição da luz ambiente e a exposição do flash. Ao lembrar disso, as coisas ficam mais fáceis. Como dica, inicie fotometrando a luz ambiente. Faça uma foto e utilize uma exposição que achar mais adequada para a cena. Em seguida, ligue o flash e faça uma nova foto, procurando a potência correta para que sua luz fique equilibrada com a luz ambiente. Quando chegar no resultado desejado, só fazer a foto final. E lembrando sempre de corrigir a cor da luz do flash para que não fique muito diferente da luz ambiente e não torne a sua foto artificial. Espero que também tenha gostado desse artigo. Faça suas fotos e compartilhe nos comentários!
Glauco Castro Fotografia conquista o prêmio mais prestigiado do setor de casamentos na categoria Fotografia e vídeo
Em mais uma edição, as 48 mil empresas de Casamentos.com.br concorreram ao prêmio Casamentos Awards - condecoração aos melhores profissionais do setor nupcial. O prestígio do prêmio é reconhecido por ser o único que seleciona seus ganhadores em função da quantidade e qualidade das opiniões publicadas pelos casais que contrataram seus serviços/produtos. A lista de todos os premiados por categoria está disponível em casamentos.com.br/casamentos-awards
Brasília, 20 de Março de 2018. - Glauco Castro Fotografia conquista o prêmio Casamentos Awards 2018 na categoria Fotografia e vídeo. Há 3 anos, o grupo WeddingWire concede tais prêmios por excelência de serviço oferecido por empresas do setor nupcial do Brasil. O prêmio hoje é símbolo de qualidade e referência para os casais que buscam fornecedores para organizar seu grande dia.
Em mais um ano, Casamentos.com.br, líder global no setor nupcial, outorga os Casamentos Awards às empresas e profissionais do setor baseando-se exclusivamente nas opiniões e avaliações dos casais que contrataram os serviços dos negócios registrados no portal.
O prêmio é concedido a 5% das 48 mil empresas de Casamentos.com.br que conseguiram o maior número de opiniões e avaliações em cada categoria, levando também em consideração sua continuidade e qualidade do serviço oferecido.
“Não há melhores juízes para conceder os Casamentos Awards que os casais que investigaram fornecedores e organizaram o grande dia. Eles são os maiores especialistas e os que realmente podem avaliar os serviços dos profissionais aos quais confiam seu casamento. Além der ser um dia muito especial, é irrepetível. Por isso, um trabalho bem-feito de todos os serviços contratados é de vital importância. Este reconhecimento é a melhor prova de que outros casais podem ter a certeza sobre a qualidade do fornecedor no momento de confiar neles”, salienta Nina Pérez, CEO de Casamentos.com.br. Os Casamentos Awards estão divididos em 17 categorias: Recepção, Buffet, Fotografia e vídeo, Música, Carro de casamento, Convites de casamento, Lembranças de casamento, Flores e Decoração, Animação, Wedding Planner, Bolo de casamento, Noiva e acessórios, Noivo e acessórios, Beleza e saúde, Joalheria, Lua de Mel e Outros.
Sobre Wedding Planner SL e Casamentos.com.br Wedding Planner SL., operadora de Casamentos.com.br e parte do grupo WeddingWire, foi criada para ajudar noivos e noivas a organizar seu grande dia. Sua presença internacional criou uma comunidade nupcial e o maior mercado virtual de casamentos na Internet a nível mundial. Dispõe de uma base de dados com mais de 400 mil profissionais do setor de casamentos e oferece ferramentas para que os casais organizem sua lista de convidados, administrem seu orçamento, encontrem seus fornecedores, etc. O grupo WeddingWire opera em 15 países por diferentes portais como bodas.net, WeddingWire.com, matrimonio.com, mariages.net, casamentos.pt, bodas.com.mx, casamentos.com.br, matrimonio.com.co, matrimonios.cl, casamientos.com.ar, matrimonio.com.pe, Weddingwire.co.uk, casamiento.com.uy, weddingwire.ca e weddingwire.in
Uma das perguntas que meus amigos mais me fazem é como utilizar o flash de forma criativa na fotografia. Muitos têm dificuldades na sua utilização, ou porque não entendem seu comportamento, ou porque não entendem sua forma básica de utilização. Antes de entramos na questão de utilização do flash de forma criativa, que será conteúdo de outro artigo, primeiro precisamos entender seu funcionamento básico e como ele se comporta quando vamos fazer uma foto. Vale ressaltar que não pretendo entrar em todos os detalhes possíveis na utilização do flash e suas variações, pois o assunto é extenso. O que pretendo é dar uma explicação básica para que vocês possam passar a entende-lo e utilizá-lo em suas fotografias.
Neste artigo irei abordar os seguintes tópicos:
Funcionamento técnico básico do flash e seus componentes
Tipos de flash
Incluindo o flash na foto e suas consequências
Velocidade de sincronismo
Qual modo devo usar: TTL ou manual?
Modificadores de luz
Funcionamento Básico do Flash
Vamos começar do início. Você sabe, basicamente como um flash funciona? Veja o diagrama abaixo.
O flash é composto por um corpo, onde ficam todos os componentes eletrônicos, e uma cabeça, onde fica basicamente a lâmpada do flash. Dentro do corpo temos as pilhas e um dos componentes eletrônicos é o capacitor. Vejamos como ele funciona:
A pilha é o que dá energia ao flash. Ela faz o flash funcionar eletronicamente (acender o painel atrás, LEDs, etc.) e também fornece energia para a lâmpada se acender, realizando seu disparo. No entanto, o consumo de energia pela lâmpada é muito grande e muito rápido. As pilhas não são capazes de fornecer toda essa energia de uma vez e rapidamente para a lâmpada. Para isso existe o capacitor.
O capacitor é um componente eletrônico que armazena energia, como uma pilha, mas é capaz de liberar sua energia de forma instantânea, muito rapidamente. Então, quando você liga o flash, a primeira coisa que ele faz é carregar o capacitor, utilizando um pouco da energia das pilhas. Depois disso, fica aguardando o comando da câmera para disparar. Quando você aciona o botão de disparo, o flash vai até o capacitor, pega sua carga e manda para a lâmpada, que se acende e apaga rapidamente. Em seguida, o flash pega novamente mais um pouco da carga da pilha e recarrega o capacitor.
Esse é o funcionamento básico do flash. E aí você me pergunta: Pra que eu preciso saber disso? Bem, vai entender mais pra frente, quando falarmos de velocidade de sincronismo. Vale lembrar que esse funcionamento básico também é válido para flashes (ou tochas) de estúdio!
DICA: Sempre que mudar a potência do flash de estúdio, aperte o botão de teste para ele disparar. Ao mudar a potência, o capacitor já estava carregado com a potencia anterior, ou seja, se mudar a potência e não fizer o disparo de teste para esvaziar o capacitor e encher novamente com a nova potência, a primeira foto após a mudança de potência ainda sairá com a potência anterior.
Tipos de flash
Existem vários tipos de flash no mercado, mas vamos juntar, para fins de entendimento, em 3 grupos.
Flash da própria câmera (chamo de flash minúsculo)
Flash de sapata, ou speed light
Flash de estúdio
Por que agrupei dessa forma? Porque assim conseguimos entender o tipo de luz que eles emitem.
Na fotografia, qualificamos a luz como dura e suave. A luz dura é aquela que quando a sombra é projetada, ela tem bastante contraste, ou seja, você percebe nitidamente onde inicia e onde acaba a sombra. O melhor exemplo de luz dura que temos é o sol de 13h, em um dia de céu limpo. Quando a luz do sol bate no nosso corpo, a sombra que ele produz é totalmente visível, e você identifica claramente onde sua sombra está iniciando, e onde está acabando.
Já a luz suave é o oposto. Imaginem o mesmo sol, as 13h, mas com o tempo nublado. A sombra que essa luz produz não forma sombras, ou, pelos, a sombra produzida não possui bordas bem definidas. Veja o exemplo abaixo de uma luz dura e uma luz suave. Note como na luz dura, é possível identificar as bordas da sombra.
Essa qualidade da luz está relacionada ao tamanho da fonte, e agora, os três grupos que criei acima começam a fazer sentido. Quanto maior sua fonte de luz, mais suave ela será. No entanto, se pensarmos no sol, iremos falar que ele é uma fonte de luz muito grande. Então por que produz uma luz dura? Porque outra característica da fonte de luz para produzir uma luz dura é a distância em que essa fonte está do objeto fotografado. Quanto mais longe, menor será a a fonte de luz, a deixando mais dura. O sol está a 149.000.000 quilômetros da terra (149.600.000 km para ser mais exato), fazendo com que ele se torne muito pequeno, proporcionalmente. Se fosse possível aproximar o sol da terra, sem torrar tudo e a todos que estão aqui, a sua luz seria extremamente suave.
Se analisarmos os três grupos de flash, veremos que o flash que fica em cima da câmera é o menor deles, portanto, que produzirá a luz mais dura. O flash de sapata, ou speedlight já é um pouco maior, ou seja, terá uma luz um pouco mais suave. E por último, o flash de estúdio, que é o maior deles. Ele é o que produzirá a luz mais suave de todas. No entanto, conseguimos, através de modificadores de luz, aumentar ou diminuir o tamanho da nossa fonte de luz, deixando-a mais ou menos dura. Mas isso vamos falar mais para frente.
Então, para resumir, uma luz dura é produzida por uma fonte de luz pequena, e quanto mais distante essa fonte de luz está do assunto fotografado, mais dura ela fica. Quanto maior a fonte de luz, mais suave ela será.
Incluindo o flash na foto e suas consequências
Quando vamos fazer uma foto, uma de nossas preocupações é quanto a exposição, ou seja, se a quantidade de luz que está chegando ao sensor da máquina está suficiente para que nossa foto saia do jeito que a gente quer. Essa exposição é controlada pelo triângulo da fotografia – Abertura da Lente, Velocidade do Obturador e ISO. Ao alterarmos esses parâmetros, vamos alterar a quantidade de luz utilizada para fazer a foto.
Em geral, quando acrescentamos um flash, provavelmente é porque a quantidade de luz do ambiente não é suficiente para fazermos a foto que gostaríamos. Então, o flash irá adicionar um pouco mais de luz, para que a foto fique bem exposta. No entanto, quando adicionamos um flash à foto, estamos adicionando mais uma exposição! Ai você me pergunta, como assim????? Bem, ao adicionar o flash, conseguimos controlar a exposição da luz ambiente de forma isolada à exposição do flash. Veja os exemplos abaixo.
No primeiro exemplo, a luz do ambiente foi alterada, deixando mais intensa e menos intensa, mas a luz no assunto permaneceu constante. Já no segundo exemplo, a luz ambiente permaneceu constante, mas a luz do assunto ficou mais e menos intensa. Isso é possível, pois, como expliquei, agora temos duas exposições: a exposição da luz ambiente e a exposição da luz do flash.
Vamos ver como fazemos isso.
Para controlar a luz ambiente, continuaremos trabalhando com o triângulo da fotografia normalmente: Abertura, ISO e Velocidade. Já para controlar a exposição do flash, utilizamos a Abertura, o ISO e trocamos a velocidade pela potência do flash. Isso mesmo, alterar a velocidade do obturador não altera em absolutamente nada a quantidade de luz que o flash está adicionando na sua foto. Essa é a parte fundamental para se começar a utilizar o flash em nossa fotografia. Ao entender esse princípio, tudo fica mais fácil. Mas aí, algumas pessoas me perguntam o seguinte. “Glauco, entendi o que você disse. Então quer dizer que quando vou fazer fotos onde a luz ambiente é forte, por exemplo, em um lugar aberto ao meio dia, eu posso aumentar a minha velocidade de obturador para diminuir essa luz (a ambiente) e adicionar meu flash para acrescentar um pouco da luz que eu tirei? Estou perguntando porque já fiz isso e apareceu uma faixa preta na minha foto. O que houve?” Muito bem, a ideia principal é essa mesma. Você pode aumentar a velocidade do obturador para diminuir a quantidade de luz ambiente que terá na sua foto, ou diminuir, se quiser aumentar a quantidade de luz ambiente. No entanto, existe uma barreira física, dentro da máquina, que nos limita em relação a velocidade máxima que conseguimos colocar no obturador. Mas isso vou explicar no tópico seguinte.
Apenas como ponto de atenção, veja que para controlar a exposição do flash também utilizamos a abertura da lente e o ISO. E isso é fácil de entender o porquê. A abertura da lente restringe a quantidade de luz que vai chegar até o sensor. Ao fechar a lente, estamos diminuindo a quantidade de luz. No entanto, a máquina sabe se a luz que está entrando é do ambiente ou do flash? Tem alguma forma dela distinguir isso? Não. Por isso, se você fechar a lente estará diminuindo a exposição da luz ambiente E a exposição do flash, ao mesmo tempo. O mesmo vale para o ISO.
Então, recapitulando, ao adicionar um flash na fotografia, estamos adicionando mais uma exposição à foto, que podemos controlar independentemente. A exposição da luz ambiente, que é controlada pela abertura da lente, ISO e velocidade do obturador e a exposição do flash, que é controlado pela abertura da lente, ISO e potência do flash.
Velocidade de sincronismo
Como explicado anteriormente, existe um componente físico dentro da câmera chamado obturador que controla a quantidade de luz que vai chegar até o sensor. O obturador possui velocidades, que vão desde 30 segundos até 1/4000 segundos em algumas máquinas e 1/8000s em outras. Algumas máquinas mais recentes, do tipo mirrorless, conseguem atingir velocidades ainda maiores, mas não irei abordar esse assunto nesse artigo. No entanto, para entender como o obturador funciona, nada melhor que ver um vídeo.
Eu vi esse vídeo há um tempo atrás, onde um videomaker filmou o obturador funcionando a 10.000 fps. Com isso, conseguimos visualizar seu funcionamento.
O vídeo é em inglês, e se tiver interesse, vale a pena assistir ele todo, mas para nossa explicação, não precisa nem escutar o áudio e nem vê-lo inteiro. Primeiro, veja a partir do minuto 1:11 até o minuto 1:25.
Esse trecho mostra o obturador abrindo e fechando em 1/30 segundos. Veja que o obturador é composto de duas cortinas. Uma que desce (ou sobe, dependendo da câmera) e outra que faz o mesmo caminho. Todo o processo de tirar a foto consiste nos seguintes passos (visto no vídeo):
A câmera levanta o espelho para que a luz possa passar e chegar até o obturador;
A primeira cortina se abre, expondo o obturador à luz, para registrar a foto;
O segundo obturador se fecha, para terminar a exposição à luz;
A espelho volta ao seu lugar original.
Pois bem, quanto mais lenta a velocidade do obturador, por exemplo, 1 segundo, mais tempo a câmera irá levar entre a abertura da primeira cortina e o fechamento da segunda. No entanto, quanto mais rápido for a velocidade do obturador, mais rápido deveria ser o tempo em que a segunda cortina iria se fechar. No entanto, é fisicamente impossível fazer com que a primeira cortina se abra e a segunda se feche em 1/8000 de segundo após a abertura. Então, os fabricantes desenvolveram uma técnica para superar esse limite. Veja como no mesmo vídeo, agora começando no minuto 2:50 e terminando no minuto 3:23.
Veja que a menor velocidade mostrada nesse trecho é de 1/1000s (canto inferior direito), a segunda velocidade é 1/2000s (canto inferior esquerdo), a terceira velocidade é 1/4000s (canto superior direito), e por último 1/8000s (canto superior esquerdo). Nesse vídeo notamos que quanto mais rápido o obturador, menor é o espaço entre a primeira e a segunda cortina. Essa foi a forma encontrada pelos fabricantes para tornar o obturador rápido. E o que isso tem a ver com o flash? Bem, se pararmos para pensar que o flash é uma luz disparada uma única vez dentro do período de exposição, então iremos entender que se estivermos em uma velocidade alta, por exemplo, 1/1000s, apenas um pedaço do sensor será exposto à luz do flash, deixando todo o restante sem sua luz e, assim, a faixa preta.
Vamos ver na prática, com as animações abaixo.
A primeira animação, como no vídeo, mostra uma velocidade de obturador em torno de 1/2000 segundos.
Agora, temos um obturador dentro da velocidade de sincronia e adicionamos o flash, ou seja, a primeira cortina se abre, deixando 100% do sensor exposto, o flash é disparado e em seguida a cortina se fecha. Em geral, essa velocidade de sincronia, ou seja, a maior velocidade ao qual o sensor fica 100% exposto, gira em torno de 1/200 a 1/250 segundos, dependendo da câmera.
Agora vamos acrescentar o flash com uma velocidade acima da velocidade de sincronismo. Na animação abaixo, o obturador está com uma velocidade em torno de 1/500s. Veja que a primeira cortina se abre, mas logo em seguida a segunda cortina começa a fechar. Assim, o sensor nunca está 100% exposto. No meio do caminho, é necessário disparar o flash, mas como a cortina está tampando uma parte do sensor, essa parte não recebe a luz do flash, criando a faixa preta.
Bem, esse problema é muito comum em flashes de estúdio ou flashes mais baratos. Isso porque esses flashes não possuem uma funcionalidade chamada, em inglês, de high speed sync, ou velocidade de sincronia alta. Os flashes que possuem essa funcionalidade, quando utilizados com câmeras que também possuem tal funcionalidade, podem ultrapassar a barreira da velocidade de sincronia (entre 1/200s e 1/250s) e chegar nas velocidades máximas das máquinas, até 1/8000s sem causar a faixa preta. Para isso, o flash deverá efetuar vários disparos, para que sua luz ilumine cada pedaço do sensor que está sendo exposto. Veja a animação abaixo.
O lado negativo na utilização da velocidade alta de sincronismo é que se perde uma quantidade considerável de potência efetiva do flash e se gasta muita pilha. Lembram do capacitor? Vamos usar um balde de água como analogia. Imagina que o capacitor é esse balde de água. Agora imagina que ele está cheio de água e você quer molhar uma área com essa água. Simples, só despejar todo o balde que você conseguirá molhar toda a área. Agora imagine esse mesmo balde de água, também cheio, para molhar a mesma área. No entanto, dessa vez, existe uma lona cobrindo um pedaço da área a ser molhada. Pois bem, se você jogar toda a água do balde, de uma vez, a lona irá impedir que a parte que ela está cobrindo se molhe, e mesmo que a lona seja retirada em seguida, você ficará sem água para molhar o restante. Então, você precisa utilizar só um pouco dessa água para molhar a área descoberta, mover a lona, molhar mais um pouco, mover a lona novamente, molhar mais um pouco, e assim por diante, até toda a área estar molhada. Da mesma forma, como o flash precisa disparar várias vezes, ele precisa utilizar pouca energia do capacitar para cada disparo, senão corre o risco de ficar sem energia no final. Mas lembrando que o capacitor será utilizado na sua plenitude, ou seja, é como se toda vez você estivesse disparando o flash em potência máxima, o que irá acabar com suas pilhas muito rapidamente.
Em resumo, a velocidade de sincronia é a maior velocidade ao qual o sensor fica 100% exposto. No meio do caminho, o flash deve ser disparado. Caso a velocidade do obturador esteja muito alta, o flash pode disparar enquanto uma das cortinas está tampando parcialmente o sensor, o que causará uma faixa preta na foto. Para resolver esse problema, precisamos ter um flash e uma máquina com a funcionalidade de velocidade alta de sincronismo, o que fará com que o flash dispare várias vezes, iluminando o sensor enquanto as cortinas se movem, ou manter a velocidade do obturador mais baixa que a velocidade máxima de sincronismo (em geral entre 1/200 e 1/250s).
Qual modo devo usar: TTL ou Manual?
Antes de responder a essa pergunta, precisamos entender o que é TTL, e como ele funciona.
TTL vem do inglês e significa Through The Lens, ou, através da lente. Isso quer dizer que a câmera irá definir a potência que o flash deve ser disparado levando em consideração quanta luz dele está entrando na lente. Funciona da seguinte forma:
Quando você aperta o botão do disparo, a câmera dispara um pré-flash com uma determinada potência, que ela sabe qual é. Esse pré-flash ainda não está sendo usado na fotografia em si;
O pré-flash disparado é rebatido no assunto e vai para a câmera, através da lente;
A câmera faz a leitura dessa luz e, baseado na quantidade de luz que ela, ela define se vai precisar mandar mais potência do que o enviado no pré-flash ou menos potência, para deixar a foto bem exposta, segundo os parâmetros que ela acredita estarem corretos;
Definido a potência do flash, a máquina começa a fazer a foto e dispara o flash com a potência estabelecida, conforme falei no tópico anterior (cortina abre, dispara o flash, cortina fecha).
Ou seja, no modo TTL, quem define a potência que o flash irá disparar é a máquina, e não você. No entanto, da mesma forma que podemos fazer a compensação da exposição da luz ambiente na máquina, também podemos pedir para ela compensar a luz do flash. Dessa forma, quando ela realizar o passo 3, ela irá levar em consideração também a compensação que você definiu, colocando mais luz que o que ela acha que é ideal quando você escolher compensar para mais e o contrario se escolher compensar para menos.
O grande problema do TTL é que nem sempre a máquina acerta, ou sabe exatamente o que você quer fazer. Vamos pegar um exemplo que imagino já tenha acontecido com você. Vamos imaginar que você está ao ar livre, com sua máquina hiper mega poderosa e aquele flash de última geração que lhe custou um rim. Você posiciona sua linda esposa (namorada(o), marido, ficante, companheira(o) ou mesmo seu cachorrinho) na frente de um parque muito bonito, mas por estar a noite, está com pouca luz. Não tem problema! Já aprendemos que adicionamos o flash exatamente para resolver essas situações onde temos pouca luz. Você então coloca o flash de última geração para trabalhar, posicionando-o em cima da máquina, colocando no modo TTL e fazendo a foto! De repente seu flash dispara uma luz que quase torra sua linda esposa (namorada(o), marido, ficante, companheira(o) ou mesmo seu cachorrinho) viva, cegando temporariamente todos que estão ao seu redor (inclusive você)! Legal! O flash trabalhou! Vamos ver a foto! Você vê algo assim:
Sim, isso mesmo. Sua linda esposa (namorada(o), marido, ficante, companheira(o) ou mesmo seu cachorrinho) se transformou em um pilar branco, mais parecido com uma pilastra de mármore! Por que isso aconteceu? Simples, analise a imagem acima? Quando a máquina dispara o pré-flash, ela está procurando a quantidade de luz correta para iluminar TODA a cena. No entanto, a quantidade de luz que volta para a máquina através da lente é muito pequena, pois é apenas a luz que rebateu no seu assunto, que é muito pequeno relativo à cena como um todo. Como a máquina está analisando a cena toda, e está esperando que o flash ilumine tudo, o flash vai disparar com força total e seu assunto vai receber muita, mas muita luz!
Para evitar isso, é possível mudar a fotometria da máquina para pontual e deixar que ela meça apenas a luz do seu assunto. Ou então, ir testando a compensação do flash até atingir a quantidade de luz suficiente para iluminar seu assunto. Aqui começamos a falar sobre o uso criativo da luz, pois agora você consegue iluminar seu assunto e ainda utilizar a luz ambiente, mas isso é assunto para o próximo artigo.
Já no modo manual, você define a potência do flash e a máquina irá disparar aquela potência todas as vezes. Além disso, não é necessário realizar o pré-flash, uma vez que a potência já está definida.
A grande diferença entre o modo TTL e o modo Manual, é que no modo TTL a máquina irá definir a potência do flash a cada disparo, tornando-o um pouco imprevisível. No modo manual, você saberá exatamente a quantidade de luz que o flash irá disparar, independente do que mudar no seu ambiente.
Agora, respondendo à pergunta: Qual modo utilizar? Não existe uma resposta correta. Tudo vai depender do que você está fotografando e do seu ambiente. Na minha visão, se está em um ambiente controlado (um estúdio, por exemplo), onde quer ter controle total sobre a luz, o modo manual é o mais indicado. Com ele, você saberá exatamente como ela irá iluminar. Agora, se você está em um ambiente onde seu assunto se mexe constantemente, com luzes ambientes que mudam o tempo todo, e, principalmente, se não pode perder tempo alterando a potência do seu flash senão você perde a foto, então o modo TTL é o mais indicado.
Então, resumindo, o modo TTL é quando a máquina irá determinar a potência do flash a cada disparo, fazendo uma medição da luz emitida em um pré-flash e ajustando a potência de acordo com o que ela acha correto. No modo manual você define a potência do flash e ela não será alterada, a não ser que você mude.
Modificadores de luz
Lembram lá no Tipos de Flash, que falei que podemos modificar o tamanho da nossa fonte de luz com um modificador? Esses modificadores são muito utilizados para podermos alterar o tipo e qualidade da luz. Veja abaixo alguns tipos de modificadores (todos esses apresentados abaixo aumentam o tamanho da sua luz, tornando-a mais suave):
Sombrinha: é o modificador mais barato, mas é o que te dá menos controle sobre a distribuição da luz. A sombrinha, ao rebater a luz do flash (caso da sombrinha da foto) à espalha para todos os lados! Se precisar conter essa luz, para iluminar partes específicas do cenário, esse é o modificador menos indicado;
Sombrinha com difusor: da mesma forma que o modificador do item 1, ele também aumenta o tamanho da sua fonte de luz. A diferença é que ele possui um pano na saída da luz, fazendo com que ela fique difusa. Dessa forma, a luz fica ainda mais suave, mas esse pano tira um pouco da potência do flash;
Softbox: esse modificador é um dos mais utilizados no mercado, mas um pouco mais caro. Ele consegue aumentar sua fonte de luz (você pode comprar de vários tamanhos diferentes e formatos, podendo ser quadrado ou retangular) e torna-la difusa, pois possui o mesmo pano da sombrinha do item 2. No caso do softbox, ainda é possível colocar um segundo pano na parte interna, tendo, dessa forma, dois panos para deixar a luz mais difusa ainda, e, consequentemente, mais suave.
Octabox: O octabox é parecido com o softbox, apenas com um formato diferente. A luz resultando será mais redonda do que a luz do softbox, que aparece principalmente nos olhos dos modelos.
Sombrinha parabólica: Tem o mesmo comportamento da sombrinha, mas é muito maior. Geralmente, tem 1,80m de diâmetro, ou mais. Sua luz é extremamente suave, pois torna a fonte de luz muito grande, mas é necessário ter um flash potente para conseguir iluminar toda a sombrinha e obter o efeito que ela produz.
Haisy: ver a explicação do item 3.
Beauty dish: muito utilizado em fotos de modelos, para editorial ou moda. Ele produz uma luz um pouco mais dura, pois é menor que os demais modificadores, mas o pequeno prato na frente da luz do flash faz com que ela rebata de volta no prato e se espalhe, criando sua luz característica.
Existem vários outros modificadores, que alteram tanto o formato e tamanho da luz, quanto de cores, que também será explorado no próximo artigo. Quando começamos a trabalhar com flash de forma criativa, precisamos começar a pensar em modificadores para criarmos a luz que queremos.
Resumindo, os modificadores de luz servem para alterarmos a qualidade, tipo e formato da nossa luz, possibilitando aumentar ou diminuir a sua suavidade.
Conclusão
Nesse artigo procurei explicar como um flash funciona, seu comportamento e o que esperar dele. Como informei no início, o assunto é vasto e procurei ser o mais sucinto possível.
Ao incluirmos um flash em nossa foto, estamos adicionando uma nova exposição à nossa fotografia, que agora é controlada pela abertura da lente, ISO e potência do flash. Isso é um dos entendimentos mais importantes que precisamos ter ao utiliza-lo. Além disso, a luz produzida pelo flash pode ser uma luz dura, quando a fonte da luz é pequena ou uma luz suave, se a fonte de luz for grande. Também falei da importância da velocidade de sincronismo, que pode ou não deixar uma faixa preta na sua foto, falei dos modos que podemos usar o flash, sendo TTL ou manual e, por último, falei dos modificadores de luz. Espero que tenham gostado.
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