Como funciona o Flash?
Uma das perguntas que meus amigos mais me fazem é como utilizar o flash de forma criativa na fotografia. Muitos têm dificuldades na sua utilização, ou porque não entendem seu comportamento, ou porque não entendem sua forma básica de utilização. Antes de entramos na questão de utilização do flash de forma criativa, que será conteúdo de outro artigo, primeiro precisamos entender seu funcionamento básico e como ele se comporta quando vamos fazer uma foto. Vale ressaltar que não pretendo entrar em todos os detalhes possíveis na utilização do flash e suas variações, pois o assunto é extenso. O que pretendo é dar uma explicação básica para que vocês possam passar a entende-lo e utilizá-lo em suas fotografias.
Neste artigo irei abordar os seguintes tópicos:
- Funcionamento técnico básico do flash e seus componentes
- Tipos de flash
- Incluindo o flash na foto e suas consequências
- Velocidade de sincronismo
- Qual modo devo usar: TTL ou manual?
- Modificadores de luz
Funcionamento Básico do Flash
Vamos começar do início. Você sabe, basicamente como um flash funciona? Veja o diagrama abaixo.
O flash é composto por um corpo, onde ficam todos os componentes eletrônicos, e uma cabeça, onde fica basicamente a lâmpada do flash. Dentro do corpo temos as pilhas e um dos componentes eletrônicos é o capacitor. Vejamos como ele funciona:
A pilha é o que dá energia ao flash. Ela faz o flash funcionar eletronicamente (acender o painel atrás, LEDs, etc.) e também fornece energia para a lâmpada se acender, realizando seu disparo. No entanto, o consumo de energia pela lâmpada é muito grande e muito rápido. As pilhas não são capazes de fornecer toda essa energia de uma vez e rapidamente para a lâmpada. Para isso existe o capacitor.
O capacitor é um componente eletrônico que armazena energia, como uma pilha, mas é capaz de liberar sua energia de forma instantânea, muito rapidamente. Então, quando você liga o flash, a primeira coisa que ele faz é carregar o capacitor, utilizando um pouco da energia das pilhas. Depois disso, fica aguardando o comando da câmera para disparar. Quando você aciona o botão de disparo, o flash vai até o capacitor, pega sua carga e manda para a lâmpada, que se acende e apaga rapidamente. Em seguida, o flash pega novamente mais um pouco da carga da pilha e recarrega o capacitor.
Esse é o funcionamento básico do flash. E aí você me pergunta: Pra que eu preciso saber disso? Bem, vai entender mais pra frente, quando falarmos de velocidade de sincronismo. Vale lembrar que esse funcionamento básico também é válido para flashes (ou tochas) de estúdio!
Tipos de flash
Existem vários tipos de flash no mercado, mas vamos juntar, para fins de entendimento, em 3 grupos.
- Flash da própria câmera (chamo de flash minúsculo)
- Flash de sapata, ou speed light
- Flash de estúdio
Por que agrupei dessa forma? Porque assim conseguimos entender o tipo de luz que eles emitem.
Na fotografia, qualificamos a luz como dura e suave. A luz dura é aquela que quando a sombra é projetada, ela tem bastante contraste, ou seja, você percebe nitidamente onde inicia e onde acaba a sombra. O melhor exemplo de luz dura que temos é o sol de 13h, em um dia de céu limpo. Quando a luz do sol bate no nosso corpo, a sombra que ele produz é totalmente visível, e você identifica claramente onde sua sombra está iniciando, e onde está acabando.
Já a luz suave é o oposto. Imaginem o mesmo sol, as 13h, mas com o tempo nublado. A sombra que essa luz produz não forma sombras, ou, pelos, a sombra produzida não possui bordas bem definidas. Veja o exemplo abaixo de uma luz dura e uma luz suave. Note como na luz dura, é possível identificar as bordas da sombra.
Essa qualidade da luz está relacionada ao tamanho da fonte, e agora, os três grupos que criei acima começam a fazer sentido. Quanto maior sua fonte de luz, mais suave ela será. No entanto, se pensarmos no sol, iremos falar que ele é uma fonte de luz muito grande. Então por que produz uma luz dura? Porque outra característica da fonte de luz para produzir uma luz dura é a distância em que essa fonte está do objeto fotografado. Quanto mais longe, menor será a a fonte de luz, a deixando mais dura. O sol está a 149.000.000 quilômetros da terra (149.600.000 km para ser mais exato), fazendo com que ele se torne muito pequeno, proporcionalmente. Se fosse possível aproximar o sol da terra, sem torrar tudo e a todos que estão aqui, a sua luz seria extremamente suave.
Se analisarmos os três grupos de flash, veremos que o flash que fica em cima da câmera é o menor deles, portanto, que produzirá a luz mais dura. O flash de sapata, ou speedlight já é um pouco maior, ou seja, terá uma luz um pouco mais suave. E por último, o flash de estúdio, que é o maior deles. Ele é o que produzirá a luz mais suave de todas. No entanto, conseguimos, através de modificadores de luz, aumentar ou diminuir o tamanho da nossa fonte de luz, deixando-a mais ou menos dura. Mas isso vamos falar mais para frente.
Então, para resumir, uma luz dura é produzida por uma fonte de luz pequena, e quanto mais distante essa fonte de luz está do assunto fotografado, mais dura ela fica. Quanto maior a fonte de luz, mais suave ela será.
Incluindo o flash na foto e suas consequências
Quando vamos fazer uma foto, uma de nossas preocupações é quanto a exposição, ou seja, se a quantidade de luz que está chegando ao sensor da máquina está suficiente para que nossa foto saia do jeito que a gente quer. Essa exposição é controlada pelo triângulo da fotografia – Abertura da Lente, Velocidade do Obturador e ISO. Ao alterarmos esses parâmetros, vamos alterar a quantidade de luz utilizada para fazer a foto.
Em geral, quando acrescentamos um flash, provavelmente é porque a quantidade de luz do ambiente não é suficiente para fazermos a foto que gostaríamos. Então, o flash irá adicionar um pouco mais de luz, para que a foto fique bem exposta. No entanto, quando adicionamos um flash à foto, estamos adicionando mais uma exposição! Ai você me pergunta, como assim????? Bem, ao adicionar o flash, conseguimos controlar a exposição da luz ambiente de forma isolada à exposição do flash. Veja os exemplos abaixo.
No primeiro exemplo, a luz do ambiente foi alterada, deixando mais intensa e menos intensa, mas a luz no assunto permaneceu constante. Já no segundo exemplo, a luz ambiente permaneceu constante, mas a luz do assunto ficou mais e menos intensa. Isso é possível, pois, como expliquei, agora temos duas exposições: a exposição da luz ambiente e a exposição da luz do flash.
Vamos ver como fazemos isso.
Para controlar a luz ambiente, continuaremos trabalhando com o triângulo da fotografia normalmente: Abertura, ISO e Velocidade. Já para controlar a exposição do flash, utilizamos a Abertura, o ISO e trocamos a velocidade pela potência do flash. Isso mesmo, alterar a velocidade do obturador não altera em absolutamente nada a quantidade de luz que o flash está adicionando na sua foto. Essa é a parte fundamental para se começar a utilizar o flash em nossa fotografia. Ao entender esse princípio, tudo fica mais fácil. Mas aí, algumas pessoas me perguntam o seguinte. “Glauco, entendi o que você disse. Então quer dizer que quando vou fazer fotos onde a luz ambiente é forte, por exemplo, em um lugar aberto ao meio dia, eu posso aumentar a minha velocidade de obturador para diminuir essa luz (a ambiente) e adicionar meu flash para acrescentar um pouco da luz que eu tirei? Estou perguntando porque já fiz isso e apareceu uma faixa preta na minha foto. O que houve?” Muito bem, a ideia principal é essa mesma. Você pode aumentar a velocidade do obturador para diminuir a quantidade de luz ambiente que terá na sua foto, ou diminuir, se quiser aumentar a quantidade de luz ambiente. No entanto, existe uma barreira física, dentro da máquina, que nos limita em relação a velocidade máxima que conseguimos colocar no obturador. Mas isso vou explicar no tópico seguinte.
Apenas como ponto de atenção, veja que para controlar a exposição do flash também utilizamos a abertura da lente e o ISO. E isso é fácil de entender o porquê. A abertura da lente restringe a quantidade de luz que vai chegar até o sensor. Ao fechar a lente, estamos diminuindo a quantidade de luz. No entanto, a máquina sabe se a luz que está entrando é do ambiente ou do flash? Tem alguma forma dela distinguir isso? Não. Por isso, se você fechar a lente estará diminuindo a exposição da luz ambiente E a exposição do flash, ao mesmo tempo. O mesmo vale para o ISO.
Então, recapitulando, ao adicionar um flash na fotografia, estamos adicionando mais uma exposição à foto, que podemos controlar independentemente. A exposição da luz ambiente, que é controlada pela abertura da lente, ISO e velocidade do obturador e a exposição do flash, que é controlado pela abertura da lente, ISO e potência do flash.
Velocidade de sincronismo
Como explicado anteriormente, existe um componente físico dentro da câmera chamado obturador que controla a quantidade de luz que vai chegar até o sensor. O obturador possui velocidades, que vão desde 30 segundos até 1/4000 segundos em algumas máquinas e 1/8000s em outras. Algumas máquinas mais recentes, do tipo mirrorless, conseguem atingir velocidades ainda maiores, mas não irei abordar esse assunto nesse artigo. No entanto, para entender como o obturador funciona, nada melhor que ver um vídeo.
Eu vi esse vídeo há um tempo atrás, onde um videomaker filmou o obturador funcionando a 10.000 fps. Com isso, conseguimos visualizar seu funcionamento.
O vídeo é em inglês, e se tiver interesse, vale a pena assistir ele todo, mas para nossa explicação, não precisa nem escutar o áudio e nem vê-lo inteiro. Primeiro, veja a partir do minuto 1:11 até o minuto 1:25.
Esse trecho mostra o obturador abrindo e fechando em 1/30 segundos. Veja que o obturador é composto de duas cortinas. Uma que desce (ou sobe, dependendo da câmera) e outra que faz o mesmo caminho. Todo o processo de tirar a foto consiste nos seguintes passos (visto no vídeo):
- A câmera levanta o espelho para que a luz possa passar e chegar até o obturador;
- A primeira cortina se abre, expondo o obturador à luz, para registrar a foto;
- O segundo obturador se fecha, para terminar a exposição à luz;
- A espelho volta ao seu lugar original.
Pois bem, quanto mais lenta a velocidade do obturador, por exemplo, 1 segundo, mais tempo a câmera irá levar entre a abertura da primeira cortina e o fechamento da segunda. No entanto, quanto mais rápido for a velocidade do obturador, mais rápido deveria ser o tempo em que a segunda cortina iria se fechar. No entanto, é fisicamente impossível fazer com que a primeira cortina se abra e a segunda se feche em 1/8000 de segundo após a abertura. Então, os fabricantes desenvolveram uma técnica para superar esse limite. Veja como no mesmo vídeo, agora começando no minuto 2:50 e terminando no minuto 3:23.
Veja que a menor velocidade mostrada nesse trecho é de 1/1000s (canto inferior direito), a segunda velocidade é 1/2000s (canto inferior esquerdo), a terceira velocidade é 1/4000s (canto superior direito), e por último 1/8000s (canto superior esquerdo). Nesse vídeo notamos que quanto mais rápido o obturador, menor é o espaço entre a primeira e a segunda cortina. Essa foi a forma encontrada pelos fabricantes para tornar o obturador rápido. E o que isso tem a ver com o flash? Bem, se pararmos para pensar que o flash é uma luz disparada uma única vez dentro do período de exposição, então iremos entender que se estivermos em uma velocidade alta, por exemplo, 1/1000s, apenas um pedaço do sensor será exposto à luz do flash, deixando todo o restante sem sua luz e, assim, a faixa preta.
Vamos ver na prática, com as animações abaixo.
A primeira animação, como no vídeo, mostra uma velocidade de obturador em torno de 1/2000 segundos.
Agora, temos um obturador dentro da velocidade de sincronia e adicionamos o flash, ou seja, a primeira cortina se abre, deixando 100% do sensor exposto, o flash é disparado e em seguida a cortina se fecha. Em geral, essa velocidade de sincronia, ou seja, a maior velocidade ao qual o sensor fica 100% exposto, gira em torno de 1/200 a 1/250 segundos, dependendo da câmera.
Agora vamos acrescentar o flash com uma velocidade acima da velocidade de sincronismo. Na animação abaixo, o obturador está com uma velocidade em torno de 1/500s. Veja que a primeira cortina se abre, mas logo em seguida a segunda cortina começa a fechar. Assim, o sensor nunca está 100% exposto. No meio do caminho, é necessário disparar o flash, mas como a cortina está tampando uma parte do sensor, essa parte não recebe a luz do flash, criando a faixa preta.
Bem, esse problema é muito comum em flashes de estúdio ou flashes mais baratos. Isso porque esses flashes não possuem uma funcionalidade chamada, em inglês, de high speed sync, ou velocidade de sincronia alta. Os flashes que possuem essa funcionalidade, quando utilizados com câmeras que também possuem tal funcionalidade, podem ultrapassar a barreira da velocidade de sincronia (entre 1/200s e 1/250s) e chegar nas velocidades máximas das máquinas, até 1/8000s sem causar a faixa preta. Para isso, o flash deverá efetuar vários disparos, para que sua luz ilumine cada pedaço do sensor que está sendo exposto. Veja a animação abaixo.
O lado negativo na utilização da velocidade alta de sincronismo é que se perde uma quantidade considerável de potência efetiva do flash e se gasta muita pilha. Lembram do capacitor? Vamos usar um balde de água como analogia. Imagina que o capacitor é esse balde de água. Agora imagina que ele está cheio de água e você quer molhar uma área com essa água. Simples, só despejar todo o balde que você conseguirá molhar toda a área. Agora imagine esse mesmo balde de água, também cheio, para molhar a mesma área. No entanto, dessa vez, existe uma lona cobrindo um pedaço da área a ser molhada. Pois bem, se você jogar toda a água do balde, de uma vez, a lona irá impedir que a parte que ela está cobrindo se molhe, e mesmo que a lona seja retirada em seguida, você ficará sem água para molhar o restante. Então, você precisa utilizar só um pouco dessa água para molhar a área descoberta, mover a lona, molhar mais um pouco, mover a lona novamente, molhar mais um pouco, e assim por diante, até toda a área estar molhada. Da mesma forma, como o flash precisa disparar várias vezes, ele precisa utilizar pouca energia do capacitar para cada disparo, senão corre o risco de ficar sem energia no final. Mas lembrando que o capacitor será utilizado na sua plenitude, ou seja, é como se toda vez você estivesse disparando o flash em potência máxima, o que irá acabar com suas pilhas muito rapidamente.
Em resumo, a velocidade de sincronia é a maior velocidade ao qual o sensor fica 100% exposto. No meio do caminho, o flash deve ser disparado. Caso a velocidade do obturador esteja muito alta, o flash pode disparar enquanto uma das cortinas está tampando parcialmente o sensor, o que causará uma faixa preta na foto. Para resolver esse problema, precisamos ter um flash e uma máquina com a funcionalidade de velocidade alta de sincronismo, o que fará com que o flash dispare várias vezes, iluminando o sensor enquanto as cortinas se movem, ou manter a velocidade do obturador mais baixa que a velocidade máxima de sincronismo (em geral entre 1/200 e 1/250s).
Qual modo devo usar: TTL ou Manual?
Antes de responder a essa pergunta, precisamos entender o que é TTL, e como ele funciona.
TTL vem do inglês e significa Through The Lens, ou, através da lente. Isso quer dizer que a câmera irá definir a potência que o flash deve ser disparado levando em consideração quanta luz dele está entrando na lente. Funciona da seguinte forma:
- Quando você aperta o botão do disparo, a câmera dispara um pré-flash com uma determinada potência, que ela sabe qual é. Esse pré-flash ainda não está sendo usado na fotografia em si;
- O pré-flash disparado é rebatido no assunto e vai para a câmera, através da lente;
- A câmera faz a leitura dessa luz e, baseado na quantidade de luz que ela, ela define se vai precisar mandar mais potência do que o enviado no pré-flash ou menos potência, para deixar a foto bem exposta, segundo os parâmetros que ela acredita estarem corretos;
- Definido a potência do flash, a máquina começa a fazer a foto e dispara o flash com a potência estabelecida, conforme falei no tópico anterior (cortina abre, dispara o flash, cortina fecha).
Ou seja, no modo TTL, quem define a potência que o flash irá disparar é a máquina, e não você. No entanto, da mesma forma que podemos fazer a compensação da exposição da luz ambiente na máquina, também podemos pedir para ela compensar a luz do flash. Dessa forma, quando ela realizar o passo 3, ela irá levar em consideração também a compensação que você definiu, colocando mais luz que o que ela acha que é ideal quando você escolher compensar para mais e o contrario se escolher compensar para menos.
O grande problema do TTL é que nem sempre a máquina acerta, ou sabe exatamente o que você quer fazer. Vamos pegar um exemplo que imagino já tenha acontecido com você. Vamos imaginar que você está ao ar livre, com sua máquina hiper mega poderosa e aquele flash de última geração que lhe custou um rim. Você posiciona sua linda esposa (namorada(o), marido, ficante, companheira(o) ou mesmo seu cachorrinho) na frente de um parque muito bonito, mas por estar a noite, está com pouca luz. Não tem problema! Já aprendemos que adicionamos o flash exatamente para resolver essas situações onde temos pouca luz. Você então coloca o flash de última geração para trabalhar, posicionando-o em cima da máquina, colocando no modo TTL e fazendo a foto! De repente seu flash dispara uma luz que quase torra sua linda esposa (namorada(o), marido, ficante, companheira(o) ou mesmo seu cachorrinho) viva, cegando temporariamente todos que estão ao seu redor (inclusive você)! Legal! O flash trabalhou! Vamos ver a foto! Você vê algo assim:
Sim, isso mesmo. Sua linda esposa (namorada(o), marido, ficante, companheira(o) ou mesmo seu cachorrinho) se transformou em um pilar branco, mais parecido com uma pilastra de mármore! Por que isso aconteceu? Simples, analise a imagem acima? Quando a máquina dispara o pré-flash, ela está procurando a quantidade de luz correta para iluminar TODA a cena. No entanto, a quantidade de luz que volta para a máquina através da lente é muito pequena, pois é apenas a luz que rebateu no seu assunto, que é muito pequeno relativo à cena como um todo. Como a máquina está analisando a cena toda, e está esperando que o flash ilumine tudo, o flash vai disparar com força total e seu assunto vai receber muita, mas muita luz!
Para evitar isso, é possível mudar a fotometria da máquina para pontual e deixar que ela meça apenas a luz do seu assunto. Ou então, ir testando a compensação do flash até atingir a quantidade de luz suficiente para iluminar seu assunto. Aqui começamos a falar sobre o uso criativo da luz, pois agora você consegue iluminar seu assunto e ainda utilizar a luz ambiente, mas isso é assunto para o próximo artigo.
Já no modo manual, você define a potência do flash e a máquina irá disparar aquela potência todas as vezes. Além disso, não é necessário realizar o pré-flash, uma vez que a potência já está definida.
A grande diferença entre o modo TTL e o modo Manual, é que no modo TTL a máquina irá definir a potência do flash a cada disparo, tornando-o um pouco imprevisível. No modo manual, você saberá exatamente a quantidade de luz que o flash irá disparar, independente do que mudar no seu ambiente.
Agora, respondendo à pergunta: Qual modo utilizar? Não existe uma resposta correta. Tudo vai depender do que você está fotografando e do seu ambiente. Na minha visão, se está em um ambiente controlado (um estúdio, por exemplo), onde quer ter controle total sobre a luz, o modo manual é o mais indicado. Com ele, você saberá exatamente como ela irá iluminar. Agora, se você está em um ambiente onde seu assunto se mexe constantemente, com luzes ambientes que mudam o tempo todo, e, principalmente, se não pode perder tempo alterando a potência do seu flash senão você perde a foto, então o modo TTL é o mais indicado.
Então, resumindo, o modo TTL é quando a máquina irá determinar a potência do flash a cada disparo, fazendo uma medição da luz emitida em um pré-flash e ajustando a potência de acordo com o que ela acha correto. No modo manual você define a potência do flash e ela não será alterada, a não ser que você mude.
Modificadores de luz
Lembram lá no Tipos de Flash, que falei que podemos modificar o tamanho da nossa fonte de luz com um modificador? Esses modificadores são muito utilizados para podermos alterar o tipo e qualidade da luz. Veja abaixo alguns tipos de modificadores (todos esses apresentados abaixo aumentam o tamanho da sua luz, tornando-a mais suave):
- Sombrinha: é o modificador mais barato, mas é o que te dá menos controle sobre a distribuição da luz. A sombrinha, ao rebater a luz do flash (caso da sombrinha da foto) à espalha para todos os lados! Se precisar conter essa luz, para iluminar partes específicas do cenário, esse é o modificador menos indicado;
- Sombrinha com difusor: da mesma forma que o modificador do item 1, ele também aumenta o tamanho da sua fonte de luz. A diferença é que ele possui um pano na saída da luz, fazendo com que ela fique difusa. Dessa forma, a luz fica ainda mais suave, mas esse pano tira um pouco da potência do flash;
- Softbox: esse modificador é um dos mais utilizados no mercado, mas um pouco mais caro. Ele consegue aumentar sua fonte de luz (você pode comprar de vários tamanhos diferentes e formatos, podendo ser quadrado ou retangular) e torna-la difusa, pois possui o mesmo pano da sombrinha do item 2. No caso do softbox, ainda é possível colocar um segundo pano na parte interna, tendo, dessa forma, dois panos para deixar a luz mais difusa ainda, e, consequentemente, mais suave.
- Octabox: O octabox é parecido com o softbox, apenas com um formato diferente. A luz resultando será mais redonda do que a luz do softbox, que aparece principalmente nos olhos dos modelos.
- Sombrinha parabólica: Tem o mesmo comportamento da sombrinha, mas é muito maior. Geralmente, tem 1,80m de diâmetro, ou mais. Sua luz é extremamente suave, pois torna a fonte de luz muito grande, mas é necessário ter um flash potente para conseguir iluminar toda a sombrinha e obter o efeito que ela produz.
- Haisy: ver a explicação do item 3.
- Beauty dish: muito utilizado em fotos de modelos, para editorial ou moda. Ele produz uma luz um pouco mais dura, pois é menor que os demais modificadores, mas o pequeno prato na frente da luz do flash faz com que ela rebata de volta no prato e se espalhe, criando sua luz característica.
Existem vários outros modificadores, que alteram tanto o formato e tamanho da luz, quanto de cores, que também será explorado no próximo artigo. Quando começamos a trabalhar com flash de forma criativa, precisamos começar a pensar em modificadores para criarmos a luz que queremos.
Resumindo, os modificadores de luz servem para alterarmos a qualidade, tipo e formato da nossa luz, possibilitando aumentar ou diminuir a sua suavidade.
Conclusão
Nesse artigo procurei explicar como um flash funciona, seu comportamento e o que esperar dele. Como informei no início, o assunto é vasto e procurei ser o mais sucinto possível.
Ao incluirmos um flash em nossa foto, estamos adicionando uma nova exposição à nossa fotografia, que agora é controlada pela abertura da lente, ISO e potência do flash. Isso é um dos entendimentos mais importantes que precisamos ter ao utiliza-lo. Além disso, a luz produzida pelo flash pode ser uma luz dura, quando a fonte da luz é pequena ou uma luz suave, se a fonte de luz for grande. Também falei da importância da velocidade de sincronismo, que pode ou não deixar uma faixa preta na sua foto, falei dos modos que podemos usar o flash, sendo TTL ou manual e, por último, falei dos modificadores de luz. Espero que tenham gostado.
Se quiserem ficar por dentro do mundo da fotografia e receber dicas e tutoriais, não deixem de se inscrever na minha lista de e-mails.
Até o próximo artigo.
Um abraço,
Glauco Castro
5 comentários
Comentário de: jaquix [Visitante]
Comentário de: Yasmij [Visitante]
Ótimo artigo!
Comentário de: Glauce Olivrira [Visitante]
Esse artigo me iluminou! RS
Obrigada!
Comentário de: Yorran Oliveira [Visitante]
Boa, noite, muito bom o texto, obrigado por compartilhar…só gostaria de “ajustar” uns pontos sobre o funcionamento do flash. O uso do capacitor não é porque as pilhas não conseguem fornecer “ENERGIA” para a lampada de forma rápida. isso é um equivoco. As pilhas conseguem carregar o capacitor, porque não conseguiriam fornecer a “energia” para a lampada? Então por que o uso do capacitor? O Capacitor é usado por que estas lampadas precisam de um tensão da ordem de 400V para disparar, mas usam uma corrente muito pequena. Então existe um circuito interno na câmera que sobe a tensão de 3V para 400V. A energia utilizada é praticamente a mesma, uma vez que a ENERGIA tem que se manter CONSTANTE, ou menor que a inicial do processo….então quando for desmontar uma máquina fotográfica tem que ficar atento com este capacitor que pode estar carregado. Esse aumento de tensão com diminuição de corrente para manter a energia constante é feita por um transformador…o mesmo princípio que é utilizado para transformar a tensão de 110V para 5V pode ser feito de forma inversa para pegar 5V e transformar em 110V. Abraços.
Comentário de: glaucocastro2 [Membro]
Yorran, realmente meus conhecimentos em eletrônica são mínimos, e quando aprendi a usar o flash, me explicaram dessa forma. Mas irei mudar a forma de explicar daqui pra frente.
Obrigado pela correção.
Abraço,
Glauco Castro
lindo texto mais didático impossível rsrsrs e com tanta informação coisa que antes só vi em sites gringos adorei que venham mais e mais conteudos